O calor está de matar. O mundo enfrenta atualmente altas temperaturas, que colocam em risco a saúde de muitas pessoas. A depender do local onde se vive, sente-se mais ou menos os efeitos causados pela crise climática que assola o planeta e que é responsável pelo aumento do calor.
Classe social, raça e renda influenciam na possibilidade de se prevenir de desastres causados pelo clima. Geralmente, as áreas mais afetadas por enchentes, deslizamentos e criação de ilhas de calor são as habitadas por pessoas pobres, pretas, periféricas, ribeirinhas e indígenas.
O termo racismo ambiental surgiu há aproximadamente 50 anos e foi cunhado pelo químico Benjamin Franklin Chavis Jr., liderança dos movimentos pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos e assistente de Martin Luther King Jr. Ele usa da intersecção entre classe e raça para observar como os impactos da crise climática geram injustiça, sobretudo para pessoas não brancas.
“Vejo com grande importância a abordagem do tema nas escolas, visto que a crise climática é o maior desafio que vivemos hoje enquanto sociedade”, aponta Lara Martins, pesquisadora em Governança Climática na Justus Liebig University Giessen, professora convidada na PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro).
Lara reforça que olhar para a crise climática é, ao mesmo tempo, refletir sobre ações do passado e igualmente pensar em estratégias para o futuro. “Abordar o fato na escola é trazer o tema para perto das próximas gerações e garantir que ninguém fique para trás, como diz a Agenda 2030“, complementa, em referência ao compromisso global coordenado pela ONU (Organização das Nações Unidas), para colocar o mundo em um caminho mais sustentável até 2030.